quarta-feira, 25 de abril de 2012

Reticências da Desconfiança

Foto e Texto: Andréa Haddad

Nasci desconfiada, cheia de reticências...
Nasci assim cheia dessas coisas que me cutucam quando minha soberania individual está acuada.
E ando como nunca cheia de dúvidas, dessas coisas que antagonizam a alma.
Conhecimento eu tenho, acesso a ele mais ainda, e costumo entender os conteúdos.
Mas continuo desconfiada, não está me bastando esse entendimento todo.
Nasci assim desconfiada de que na próxima esquina serei abordada...
E desconfiada como a muito não me sinto, dúvido até de minha sombra, o que é fatal pois o medo toma conta como erva daninha no quintal das hortaliças.
Estou camimanhando assim, cheia de olhares atravessados a todos.
Isso mesmo a todos, dos mais íntimos aos desconhecidos.
E por enquanto nenhuma decisão eu consigo raciocinar.
Desconfiada mesmo! Daquilo que meus olhos percebem e sem voz não podem abrir e conjecturar. O outro ser humano é mesmo terreno seguro?
Confiança calada sem entendimento no discurso de um pelo outro é verdade?
Nunca tive medo de ser espontânea, em abrir a boca quando me incomodava e com naturalidade sempre compreendi que o discurso e sua dialética aprofundam e muitas vezes esclarecem pontos de vista, mesmo que não fossem os meus.
Eu sei quem meu deu o que sou, compreendo a profundidade de quem sou e o que tenho que burilar vida afora.
E agora a essa altura essas reticências desconfiadas de semelhantes criaturas...
Na dúvida minha soberana exsitência em ser está enconlhida entre minha coluna vertebral e meus pulmões...
Não!

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