domingo, 19 de março de 2017

APERTO

Foto: Andréa Haddad

No porto sob sol as gaivotas repicam em sons imensos...
Meu ouvido ainda escuta ao longe teu adeus cheio de intensos ais...

Na mesma movimentação frenética do porto as ondas reviram meus internos...

Quanta saudade nesses dizeres, quão pouca luz para rever teu rosto,

quanta dificuldade para tua voz ser em meus ouvidos...

Ai pai que saudade de meu nome em teus lábios a me dizer em apelidos do teu amor por mim!
RESOLVI VOLTAR...
 DESISTIR DE DEIXAR AQUILO QUE NUNCA SAIRÁ...
RESOLVIR RENOVAR...
DESTILAR AQUELA BEBIDA MAIS PURA NO MEU ALAMBIQUE INTERNO...
RESOLVI RELAXAR...
FICAR ASSIM ENTRE  O OLHO E O CAPIM AFITAR NA IMENSIDADE DA TARDE O QUE ME FALTA AINDA PRA SER TÃO QUENTE E AFINADA ENTRE O SOL E OS PÁSSAROS!
By Andréa Haddad
Foto: Reuters - Eclipese no Casaquistão
17abr2006

terça-feira, 27 de setembro de 2016

MESMO DO MESMO

Foto: Andréa Haddad

É SEMPRE MAIS DO MESMO...
DA MESMA COISA ETERNA DE NÃO SER...
A MESMA  COISA DE ENTERRAR O QUE NÃO É PARA SE VER...
MESMA COISA AMARGOSA SEM MEIAS PALAVRAS...
MESMA FALA MANSA DE BICHO PRETO SEM CABEÇA...
MESMA COISA, MESMA LETRA, MESMO INTENTO, MESMA FALTA, MESMO VAZIO, É SEMPRE O MESMO MESMO MESMO MESMO MESMO MESMO MESMO MESMO MESMO MESMO MESMO MESMO MESMO

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Foto: Odilon Araujo
se você não sabe de onde veio e quem lhe ampara mesmo não estando presente... que Deus lhe ampare e proteja
eu privilegiada do universo sou gratíssima ao divino e seus parceiros por essa linda origem.
Meu avô materno : Hieron Castello Borges



segunda-feira, 23 de novembro de 2015

PAÍS DE ORIGEM - EPITÁFIO PARA O  RIO DOCE

Texto: Andréa Haddad​


meus olhos cordianos...
na enormidade da medida do que não sou,
na estelar distância que não alcanço,
aqui dentro de miserável  e pálida microscopía de mim mesma;
seja o encantamento do universo sublime e eterno,
o toque em minha alma sapiens na esperança que minha insanidade seja curada pela luz que emana de toda natureza!












sábado, 14 de fevereiro de 2015

GATTAGA

Foto: Dmitri Markine

Rotulações, acabamentos perfeitos, localizações, postulações, leis, fundamentos... O que fazer?
Todos os livros já dizem a palavra certa em meus ninhos cerebrais.
Conexão correta, movimentação precisa, máquinas perfeitas na construção das aparências do exterior.
O olhar, o cabelo, as unhas, o corpo na retidão da certeza do padrão intenso do ser preciso. O que fazer agora?
Se eu morasse em Gattaca eis a questão! Lá minha atenção seria precisa... Mas não sou de lá.
Sou daqui de dentro da pedra, onde o olhar flutua leve na bruma da manhã. Sou daqui onde as pipas são coloridas na vontade dos garotos de rua. Sou daqui onde os cabelos e as unhas desenvolvem-se sob as marés e a lua. Sou daqui onde meu coração sidera na esperança de nunca ter a dúvida da vida. Sou daqui onde suas pupilas me fazem andar assim, leve na avenida, só, com a imagem de teu rosto em meu cérebro, junto ao teu cheiro, tua voz, tuas mãos...

Vontade de fugir para Gattaca...




“Gattaca - A Experiência Genética”
(Gattaca), 
de Andrew Niccol
(1997)
Eixo Temático

O desenvolvimento das técnicas de manipulação genética decorrem do desenvolvimento das forças produtivas do trabalho social e da redução das barreiras naturais. É claro que, nas condições de uma sociedade de classes, onde predomina a divisão hierárquica do trabalho e a propriedade privada, tal avanço da ciência genética se traduz em possibilidades concretas de incremento do controle social estranhado. Neste caso, o capital tende a se apropriar do desenvolvimento das forças produtivas sociais para aprofundar seu controle de classe. Estamos diante de uma visceral contradição entre as imensas potencilaidades de desenvolvimento humano-genérico e da plena socialização da sociedade humana, e a aguda vigência de determinações de controle social estranhado e de exploração de classe. Ao lado do admirável mundo novo, subsiste velhos valores estranhados e sociabilidades corrompidas pela lógica do capital.
O filme Gattaca – A Experiência Genética, de Andrew Niccol (1997) é um caso exemplar. Apesar de ser um filme de ficção-científica deixa claro sua intertextualidade. A partir de um certo momento, Gattaca parece se tornar um filme policial ou de suspense quando a trama narrativa se desloca para a busca do assassino de um dos diretores da corporação Gattaca. No desenrolar da trama, todo o suspense se concentra no personagem Vincent Freeman, um Inválido condenado pelo seu código genético a tarefas degradantes (Freeman significa, literalmente, “homem livre”). 

A sociedade de Gattaca está dividida em duas “classes sociais”, os Válidos, os “filhos da Ciência”, produtos da engenharia genética e da eugenia social, e os Inválidos, os “filhos de Deus”, submetidos ao acaso da Natureza e às impurezas genéticas. Gattaca retrata uma sociedade de classe cuja técnica de manipulação do código genético tornou-se prática cotidiana de controle social. Vincent é um jovem ambicioso, que almeja ir além do seu destino genético e decide assumir a personalidade de Jerome Morrow, um Válido que, em virtude de um acidente, ficou paralítico. Utilizando os serviços clandestinos de um “pirata genético”, Vincent clona os registros genéticos de Jerome. Sua ambição é driblar as restrições de classe e se integrar na elite intelectual e moral de Gattaca e realizar seu maior sonho: ir para o planeta Titã, satélite de Júpiter (seria uma alegoria de fuga do sistema do capital, de agudo cariz regressivo, tal como um "retorno ao útero materno"?). 

No final, a trama de Gattaca sugere um drama familiar, no estilo de East of Eden, de Elia Kazan (com James Dean), quando Vincent encontra em Gattaca, seu irmão Anton, que descobre a verdadeira personalidade de Jerome e ameaça denuncia-lo. Torna-se claro, mais uma vez, a rivalidade entre irmãos (que é, no filme, a transfiguração de uma rivalidade de classe, cabe salientar): um, “filho de Deus”, nascido do acaso da Natureza, outro, produto de um planejamento genético quase perfeito.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

TEIA DE ARANHA



Foto: Andréa Haddad



Teia de aranha, teia de renda, teia de areia, teia de prenda.
Teia de brilho, teia de luz, teia de força, teia de pus.
Teia de prata, teia de malha, teia de dom, teia de falha.
Teia de gato, teia de canto, teia de morte, teia de espanto.
Teia de sonho, teia de prantos, teia fugaz, teia de tantos.
Teia de bicho, teia de planta, teia de gente, teia que cansa.
Teia de angustias, teia de dores, teia de mudos, teia de açoites.
De suas teias eu corro, na tua laçada amoleço ,em seus fios morro,
no teu veneno adoeço.
De sua teia fujo, suas patas eu arranco, nos teus afagos enlouqueço ...