terça-feira, 8 de novembro de 2011

Eu e o Pavão

Especie: Pavo Cristatus
Foto: Luis Mestre



O espelho não me basta hoje em dia. Quatro paredes muito menos. Na Era da Imagem palavras para quê?
Só se for para descrever aquilo tudo de mim que quero expor. Virou uma febre, sem noção e descabida a ponto de pessoas serem perseguidas, assaltadas e até mortas.
Vale tudo para revelar meus amores, meus amigos, meus filhos, minhas roupas, meus sorriso, minhas desgraças, minhas idéias curtas, minha grana, tudo!! Com o advento dessas milhares de tecnologias de difusão e armazenamento de imagens sons e tudo mais....
Virei um pavão no período de reprodução, abro me leque-rabo e conquisto minhas presas ou algozes...
E fico lá me exibindo de todo jeito por dias, meses, anos.
O mais interessante que o próprio Pavão só utiliza o rabo colorido e magestoso para ganhar um bela fêmea e assim garantir a sobrevivência da espécie.
Hoje acordei e, de repente, como nos antigos orelhões quando a ligação completava, a ficha caiu...
Confesso que estou assustada comigo mesma.