quinta-feira, 21 de outubro de 2010

OKÊARO!



Ao saudar Oxossi, estamos saldando o orixá da fartura, da prosperidade. Oxossi é o rei das matas, o grande caçador, aquele que alimenta sua gente com a caça que traz para a aldeia. Conhece os mistérios e perigos das matas e por isso consegue percorrê-la sem se perder. A solidão e o silêncio são seus grandes companheiros. Oxossi não gosta de falar muito, prefere observar e escutar, percebendo o perigo antes mesmo dele chegar. A sabedoria deste Orixá vem exatamente do silêncio e da sua solidão. No mundo espiritual, na Umbanda, Oxossi é o caçador de almas perdidas, ajudando-as a reencontrar seu caminho. Oxossi, na nação de Ketu é Rei, sendo sempre saudado festivamente quando chega em um terreiro desta nação.
Na Umbanda, também é cultuado como um dos mais poderosos Orixás, chefe da falange dos caboclos, um grande orientador e mestre. É sincretizado com São Sebastião, daí ser homenageado no dia 20 de janeiro.
Durante a diáspora negra, muitos escravos que cultuavam Oxóssi não sobreviveram aos rigores do tráfico negreiro e do cativeiro, mas, ainda assim, o culto foi preservado no Brasil e em Cuba pelos sacerdotes sobreviventes e Oxóssi se transformou, no Brasil, num dos orixás mais populares, tanto no candomblé, onde se tornou o rei da nação Ketu, quanto na umbanda, onde é patrono da linha dos caboclos, uma das mais ativas da religião.
Seu habitat é a floresta, sendo simbolizado pela cor verde, na umbanda e recebendo a cor azul clara no candomblé, mas podendo usar, também, a cor prateada nesse último. Sendo assim, roupas, guias e contas costumam ser confeccionadas nessas cores, incluindo, entre as guias e contas, no caso de Oxóssi e, também, seus caboclos, elementos que recordem a floresta, tais como penas e sementes.
Seus instrumentos de culto são o ofá (arco e flecha), lanças, facas e demais objetos de caça. É um caçador tão habilidoso que costuma ser homenageado com o epíteto “o caçador de uma flecha só”, pois atinge o seu alvo no primeiro e único disparo tamanha a precisão. Conta a lenda que um pássaro maligno ameaçava a aldeia e Oxossi era caçador, como outros. Ele só tinha uma flecha para matar o pássaro e não podia errar. Todos os outros já haviam errado o alvo. Ele não errou, e salvou a aldeia. Daí o epíteto “o caçador de uma flecha só”. Come tudo quanto é caça e o dia a ele consagrado é quinta-feira.

No Brasil, Ibualama, Inlè ou Erinlè é uma qualidade de Oxóssi, marido de Oxum Ipondá e pai de Logunedé. Como os demais Oxóssis é caçador, rei de Ketu e usa ofá (arco e flecha), mas se veste de couro, com chapéu e chicote.Um Oxóssi azul, Otin, usa capanga e lança. Vive no mato a caçar. Come toda espécie de caça, mas gosta muito de búfalo.A curiosidade e a observação são características das pessoas consideradas filhas de Oxóssi, orixá também da alegria, da expansão, que gosta de agir à noite, como os caçadores. São faladores, ágeis e de raciocínio muito rápido.Oxóssi é o arquétipo daquele que busca ultrapassar seus limites, expandir seu campo de ação, enquanto a caça é uma metáfora para o conhecimento, a expansão maior da vida. Ao atingir o conhecimento, Oxóssi acerta o seu alvo. Por este motivo, é um dos Orixás ligados ao campo do ensino, da cultura, da arte. Nas antigas tribos africanas, cabia ao caçador, que era quem penetrava o mundo “de fora”, a mata, trazer tanto a caça quanto as folhas medicinais. Além, eram os caçadores que localizavam os locais para onde a tribo poderia futuramente mudar-se, ou fazer uma roça. Assim, o orixá da caça extensivamente é responsável pela transmissão de conhecimento, pelas descobertas. O caçador descobre o novo local, mas são os outros membros da tribo que instalam a tribo neste mesmo novo local. Assim, Oxóssi representa a busca pelo conhecimento puro: a ciência, a filosofia. Enquanto cabe a Ogum a transformação deste conhecimento em técnica.Apesar de ser possível fazer preces e oferendas a Oxóssi para os mais diversas facetas da vida, pelas características de expansão e fartura desse orixá, os fiéis costumam solicitar o seu auxílio para solucionar problemas no trabalho e desemprego. Afinal, a busca pelo pão-de-cada dia, a alimentação da tribo costumeiramente cabe aos caçadores.Por suas ligações com a floresta, pede-se a cura para determinadas doenças e, por seu perfil guerreiro, proteção espiritual e material.


OXOSSI é a vontade de cantar de escrever de pintar de esculpir, de dançar de plantar, de colher, de viver em dinamismo e otimismo. Curiosamente, OXOSSI também é comodidade, a vontade de vislumbrar de contemplar. A vida com essa força da natureza, entretanto não é só suavidade. Em seu lado negativo, OXOSSI pode proporcionar a falta de alimento, o plantio escasso, o apodrecimento de frutas, legumes e verduras, até mesmo de arte mal acabada ou de mau gosto. O elemento OXOSSI é a terra e a liberdade de expressão, seu ponto mais marcante. Por isso, nosso sentimento de liberdade e alegria está profundamente ligado a ODÉ. O SENHOR DA ARTE DE VIVER.

Com toda humildade meu pai,essa é nossa homenagem em seu nome.

Saravá Oxossi, Okê-arô meu pai!

Deus Salve a Umbanda!Deus Salve a Mãe Natureza!Deus Salve Oxossi!

Deus Salve todos os Filhos de Umbanda!







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